AD Belém SP Missões

AD investe na recuperação de dependentes químicos

A CRISO já cuidou de 15 mil pessoas em 40 anos de trabalho

A Secretaria de Missões do Belenzinho apoia a CRISO (Casa de Recuperação e Integração Social) que tem sido uma aliada missionária do Ministério com foco na recuperação de dependentes químicos

Apoiar a CRISO é uma das bandeiras da Secretaria de Missões do Ministério do Belém. A parceria já dura décadas e, se depender do Pr. Astrogildo Adolfo Américo, atual secretário de missões do Ministério, irá continuar. “Nós assumimos a Secretaria de Missões no mês de abril de 2022 e, no mês de dezembro, nós fizemos uma visita; na verdade, fomos cooperar com a casa CRISO. Eu não conhecia o trabalho e, ao chegar lá, conheci as instalações, realizamos um culto com os alunos, inclusive debaixo de uma árvore, ao ar livre e foi um trabalho realmente muito bom. Procuramos, dentro de nossas possibilidades, ajudar a CRISO de várias maneiras”, disse. O Pr. Américo também ressalta que a CRISO faz um trabalho muito importante, porque, além de recuperar as pessoas que são dependentes químicas, as leva a Cristo; “eles realizam cultos, tem assistência médica, acompanhamento psicológico e recebem a porção do Evangelho, o que me parece muito importante”.

Pr. Américo visita a CRISO e prega para alunos

O fundador da CRISO é o pastor Afonso Wanderlei Neto, piauiense, que chegou a São Paulo no ano de 1977, em busca de um lugar ao sol. Foi metalúrgico, vidraceiro e empresário no ramo de vidraçaria. “Fui eu quem instalou os vidros das salas aqui da igreja do Belenzinho”, recorda. Por força da tradição, era católico; mas a sua conversão ao Evangelho ocorreu em 1978, um ano após sua chegada, procedente do Piauí.

A CRISO nasce de fato no início dos anos 1990, quando o pastor Afonso passa a trabalhar com o evangelismo noturno no bairro de São Mateus, São Paulo/SP. Ao lado do Pr. Edson José dos Santos, criou o Esquadrão Vida, com o propósito de pregar o Evangelho, na madrugada. Este nome é um trocadilho, em referência ao esquadrão da morte, um grupo de extermínio que operava naquela época. De acordo com o Pr. Afonso, muitas pessoas que ouviam a Palavra, na madrugada, criam, mas, por causa da dependência química, precisavam receber um tratamento específico. Certo dia, ao conversar com o Pr. Edson, manifesta o desejo de abrir uma casa de recuperação. Como resposta, o Pr. Edson levou um dependente químico, deixou-o aos cuidados do Pr. Afonso, e disse: “Você quer abrir a casa de recuperação? Comece com este aqui”. E foi assim que a CRISO nasceu.

Estrutura da CRISO

Localizada na Avenida Sapopemba, a CRISO está construída em uma área de 4 mil e quinhentos metros quadrados. Possui cinco prédios que se dividem em alojamentos, refeitório, salão de culto e administração. A CRISO oferece atendimento para o público masculino; as mulheres são direcionadas à Casa Ester, em Mauá, entidade parceira. Além da CRISO, o pastor Afonso informou que já ajudou a abrir outras oito casas de recuperação; três estão, respectivamente, na Bahia, no Piauí e em Minas Gerais.

De acordo com o pastor Afonso, todo dependente químico, que chega à CRISO, é considerado um aluno. Para iniciar o tratamento, é necessário que a pessoa aceite de bom grado sua entrada na CRISO e portar documentos. Após esse protocolo inicial, o aluno é submetido ao tratamento que inicia com muita disciplina, como: cumprir horários, não fumar, laborterapia e outras práticas. O dia na Casa inicia às 6h. Entre 7h e 8h o aluno faz um período devocional. Às 8h, o café da manhã é servido e os alunos vão para as atividades da Casa; ao meio-dia, têm pausa para o almoço; às 14h, retornam ao trabalho até às 16h. Ao encerrar as atividades do dia, o aluno tem um período para se organizar, jantar e participar do culto. Às 21h, todos retornam para os alojamentos. Na CRISO, os cultos são diários e conta com o apoio de igrejas locais. Todas as manhãs, o devocional é dirigido pelo pastor Afonso. O tratamento é feito com base na disciplina, no ensino bíblico e acompanhamento médico e psicológico.

Manter a alimentação dos alunos da Casa é um dos desafios da administração da CRISO, de acordo com o Pr. Afonso. Mas uma boa parte desse custo é minimizada pela parceria feita com os comércios locais, como supermercados; desse modo, parte da alimentação é doada, e o que não é consumida pelos alunos, é separada e entregue às famílias carentes da comunidade local.

O período de internação de um aluno é de nove meses. A CRISO já ajudou a cuidar de mais de 15 mil pessoas, ao longo de seus 40 anos. O Pr. Afonso faz questão de destacar o significado do nome da Casa, que, segundo ele, quer dizer: crisol, um tipo de recipiente resistente a altas temperaturas, utilizado há séculos por ourives para purificar o ouro. “No início eu não sabia disso, mas, com o tempo, descobri o sentido da palavra crisol e até hoje gosto de fazer esta associação”, afirma o Pr. Afonso. E não é para menos. Hoje, após quatro décadas de trabalho, ele já pode comprovar que o dependente químico, quando é sujeito a um tratamento sério, tem total condição de reconstruir sua vida. Como apoiador do trabalho, o Pr. Américo compartilha que o empenho do Pr. Afonso na direção da CRISO tem dado muito resultado.  “A CRISO tem alunos que se recuperaram e, hoje, são obreiros, pastores, evangelistas, presbíteros e cooperadores consagrados pelo Ministério do Belém; e é comum o pastor Afonso, quando vai cooperar nos setores do Belém, encontrar obreiros que passaram pela CRISO, no passado; hoje, são casados, com família, mas que foram dependentes químicos”. Conclui o pastor Astrogildo Adolfo Américo.