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Ceifeiros Entrevista: Pr. Antonio Mardonio

Pr. Antonio Mardonio, 1º Vice-diretor do Ceifeiros em Chamas | Foto: Luciana Loureiro

Antonio Mardonio Nogueira Vieira, filho de José Fernandes Vieira e de Hilda Olinda Nogueira Vieira, nasceu em Senador Pompeu/CE, no dia 1º de fevereiro de 1949. Aos 13 anos de idade, iniciou seus estudos para ser sacerdote da Igreja Católica. É casado com a irmã Cleonice Pequeno Vieira, pai de três filhos: Mardonio Junior, Abimael Vieira e Adonias Vieira, e avô de nove netos.   

O senhor é lembrado como ex-padre. Ainda muito jovem iniciou seus estudos para ser sacerdote da Ordem dos Padres Seculares, no Seminário Menor São José, na cidade do Crato/CE. Em seguida, foi transferido para o Seminário Maior Arquidiocesano, em Fortaleza/CE, para concluir o curso. O senhor chegou a exercer o sacerdócio?

Fui convidado por Dom Mauro, bispo da Diocese de Iguatu/CE, para fazer parte do corpo docente do Seminário Católico recém-inaugurado, após minha ordenação, onde iniciaria meu ministério sacerdotal, como professor, a fim de fazer parte da equipe de teólogos na formação dos seminaristas ao sacerdócio.  

Sua desistência ao Catolicismo ocorre após uma visão, que o obrigou a deixar Fortaleza e vir para São Paulo. Fale sobre esta revelação.

Na noite em que celebrei minha primeira e única missa na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, no centro de Fortaleza, tive uma revelação de Deus, tão nítida como se a tivesse tido hoje, quando fui conduzido às trevas exteriores, onde dialoguei com o Diabo, mesmo sem vê-lo, por causa da escuridão. Ele me disse que o fim de minha jornada seria o fogo do Inferno. Clamei pela misericórdia de Deus, e fui transportado, através da levitação, a um lugar esplendoroso, que brilhava muito, quando um jovem vestido de branco apareceu e perguntei-lhe, mesmo a uma certa distância, que lugar era aquele. Ele respondeu ser o Paraíso e mandou que eu levantasse as mãos. Acordei, e entendi que a vontade de Deus para minha vida era outra, e, ao amanhecer do dia, viajei para São Paulo.

O senhor já havia tido uma experiência com o Evangelho, antes de se converter a Cristo?

Sim. Como seminarista, colaborava com o padre Amaury, pároco da Igreja Nossa Senhora da Salete, no bairro da Bela Vista, em Fortaleza. Em certa ocasião, após a missa da tarde, por curiosidade, acompanhei um grupo de crentes que seguiam para uma rua paralela, onde estava a Assembleia de Deus. Assisti ao culto e fiquei impressionado com o testemunho de uma criança que era cega, e Jesus a curou. No domingo seguinte, retornei, quando fui surpreendido pelo presidente daquela igreja, pastor Luiz Bezerra da Costa, irmão mais velho do pastor José Wellington, nosso presidente. Ele, juntamente com o tenente Edmar Barcellos, odontólogo da Marinha e regente do coral, me convidou para tomar um café com ele em seu gabinete. Falou-me do Jesus da Bíblia, que era diferente do Jesus católico; só não me converti, por causa do meu compromisso com a OVS (Ordem de Vocação Sacerdotal), entidade que financiou meus estudos no seminário.

Quem abrigou o senhor, quando chegou a São Paulo?

Uma de minhas primas, apelidada de Tesinha, para desgosto de nossa família, aceitou a Jesus e casou-se com o filho do pastor Severino Lima, presidente da AD em Senador Pompeu/CE. Após um ano de casados, vieram para São Paulo. Sem avisá-los, vim para a casa deles, que me receberam de bom grado, onde permaneci 40 dias ouvindo hinos evangélicos interpretados por Oseias de Paula, Luiz de Carvalho, Edgar Martins e outros mais cantores, além da pregação do Evangelho que ouvia todos os dias, transmitidas pelo pastor Raimundo Soares de Lima (esposo da Tesinha), hoje, presidente da AD em Indaiatuba/SP.

Foi fácil ou difícil sua conversão?

Foi muito difícil, pois, apesar de ter recebido aquela revelação, estava debaixo do poder do Diabo. Após 40 dias, tomado por uma profunda insônia, fechei os olhos para tentar dormir, e, ainda acordado, ouvi uma voz que me falou: “Aceita-me como teu Salvador!” Abri os olhos, sentei-me na cama, olhei para todos os lados e nada contemplei. Então, deitei-me novamente, e, pela segunda vez, ouvi a voz falar comigo: “Aceita-me como teu Salvador!”. Corri para o banheiro da casa, fechei a porta, ajoelhei-me em prantos, e aceitei a Jesus como meu Salvador. Depois, o pastor Raimundo informou-me que a AD na Penha, São Paulo/SP, ministério do Brás, dirigida por ele, antes de vir para o Ministério do Belém, orou todo aquele tempo pela minha conversão.   

O senhor, inicialmente, pertenceu ao Ministério do Brás. Foi ordenado a pastor pelo Pr. Paulo Leivas Macalão na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1977. Como se deu sua transição para o Ministério do Belém?

Eu era o diretor do jornal O Bandeirante da Fé, do Ministério do Brás, quando fui convidado pelo pastor Paulo Macalão para trabalhar na Casa Publicadora das Assembleias de Deus no lugar do pastor Joanir de Oliveira, que fora embora para os Estados Unidos. Fui residir no bairro de Cordovil, onde não havia igreja de Madureira. O pastor Valdir Neves, de saudosa lembrança, deficiente físico, pediu ao pastor Paulo Macalão a minha transferência para o Ministério de Cordovil, quando fui eleito vice-presidente, e, por duas vezes, assumi a presidência interinamente. Quando voltei pela primeira vez a Fortaleza, após minha conversão, visitei a AD na Bela Vista, e tive o privilégio de conhecer o presbítero Lauro Costa, nascido em minha cidade, e muito amigo de meu avô paterno. Ele me confidenciou: “Tua igreja em São Paulo é o Ministério do Belém, pois lá está um cearense que vai te apoiar, José Welington, meu filho”. Por esta razão, trouxe minha carta de mudança do Ministério de Cordovil para o Ministério do Belém, onde sou muito honrado pelo meu ilustre presidente.

O senhor foi funcionário da CPAD quantos anos e quais funções exerceu durante este período?

Trabalhei 15 anos na CPAD, quando fiz parte da equipe de redatores do jornal Mensageiro da Paz e das revistas Círculo de Oração, Seara, Jovem Cristão e Obreiro. Fui promovido a diretor do Departamento de Livros, quando notáveis obras foram publicadas, entre elas, A História dos Hebreus, de Flávio Josefo; e A Bíblia de Estudo Pentecostal, comentada por Donald Stamps. Com a chegada do novo diretor executivo da CPAD, fui designado por ele para dirigir o Departamento de Escola Dominical, na função de coordenador do projeto de todas as novas revistas da EBD, além de responsabilizar-se pelo CAPED, que foi ministrado no Brasil durante minha gestão. Após voltar para São Paulo, fiz um contrato de prestação de serviço com a CPAD, que durou 10 anos, quando fui revisor de livros, entre os quais A Bíblia de Aplicação Pessoal.

Recentemente, o senhor foi morar no Sul do país, em Blumenau/SC. O que o levou para lá?

Tenho um filho que reside em Blumenau. Convidado por ele, fui para aquela bela e próspera cidade com minha esposa. Mas, retornei, por causa da pandemia, que me impediu de vir a São Paulo mensalmente, para estar junto com minhas três netas que passaram a me considerar o pai delas, após a partida de meu filho mais velho para a glória. O frio intenso também me obrigou a retornar.

Faz um ano que retornou para São Paulo. O senhor tem desejo de voltar a pastorear?

Jesus me chamou para exercer o ministério pastoral, que assumi com muito tremor e temor. Fui pastor de três igrejas do Ministério do Brás, na gestão do pastor Lupércio Vergniano, antes de ir para o Rio de Janeiro, três igrejas do Ministério de Cordovil e seis igrejas do Ministério do Belém. Julgo que estou   recuperado de minha enfermidade, que me obrigou a ser internado duas vezes e a entregar o Setor da Vila Formosa. Já me coloquei à disposição do nosso presidente, Pr. José Wellington, e estou pronto para retornar às minhas atividades pastorais, se esta for a vontade do Senhor Jesus.  

O senhor é vice-diretor do Ceifeiros em Chamas. Quando iniciou seu relacionamento com o órgão e quais são os planos para o futuro?

Há 30 anos, em 1991, quando ainda eu estava no Rio de Janeiro, e O Ceifeiros em Chamas foi criado pela CONFRADESP, o pastor Valdir Bícego, de saudosa memória, me convidou para ser o revisor do jornal Ceifeiros. Depois que retornei para São Paulo, assumi também o cargo de editor-chefe, e, por indicação do pastor José Wellington, exerço também a função de vice-diretor. Os meus planos para o futuro é que o Ceifeiros em Chamas cumpra seu papel de órgão conscientizador de missões. Mediante a solicitação do nosso presidente, iniciamos o projeto Missão IDE. Já visitei vários setores, onde fui bem-recebido por seus dirigentes, e estou certo de que o tripé: Preparação (oração, jejum e leitura da Bíblia), ação (aplicação de todos os métodos de evangelização) e consolidação (discipulado e integração do novo convertido) cumprirá o IDE de Jesus com muita eficiência. Nosso slogan é: A década terminou, mas a colheita continua até que Cristo volte.