Jornal Ceifeiros - Junho 2021

7 VIDAS MARCANTES SBB A obra da tradução da Bíblia é ampla e complexa. Muitas pessoas perguntam: “Para quantas línguas a Bíblia já foi traduzida?” Outras indagam: “Para quantas línguas ainda falta traduzir a Bíblia?” E outras, ainda, questionam: “Quantas pessoas ainda não têm a Bíblia em sua própria língua?” Vejam que são perguntas parecidas, mas que têm respostas bem diferentes. O conjunto dessas respostas nos dará uma ideia do tamanho e da complexidade da obra da tradução bíblica. Vamos tentar responder a essas questões usando os dados mais recentes, que foram publicados pelas Sociedades Bíblicas Unidas em abril de 2021. A tradução da Bíblia sempre é feita em etapas. Ela costuma começar por um livro da Bíblia. Não é sempre o mesmo livro. Depende muito da cultura e da necessidade da igreja do local onde a Bíblia será traduzida. Em geral, inicia-se com um livro que seja mais narrativo, como um Evangelho, ou, no caso do Antigo Testamento, Rute, Gênesis ou Jonas. Mas não há uma regra fixa para esse trabalho. Considera-se que uma língua tem algo da Bíblia traduzido se ela possui ao menos a tradução de um livro completo. A etapa seguinte é traduzir o Novo Testamento, e, finalmente, traduzir todos os livros da Bíblia. As estatísticas mostram que, em janeiro de 2021, a situação no mundo era a seguinte: • Línguas com pelo menos um livro da Bíblia traduzido: 1.160; • Línguas com o Novo Testamento traduzido: 1.571; • Línguas com a Bíblia completa traduzida: 704; • Línguas sem qualquer porção das Escrituras traduzida: 3.924. Esses números indicam que menos da metade das línguas faladas no mundo recebeu alguma tradução da Bíblia. Ainda deve ser acrescentado que nem todas as línguas humanas são faladas em palavras e podem ser escritas. Esse é o caso das línguas de sinais, utilizadas principalmente pelas pessoas surdas. Existem no mundo pelo menos 400 línguas de sinais diferentes. A língua de sinais do Brasil é a Libras (Língua Brasileira de Sinais). No mundo inteiro, a Bíblia só foi traduzida completamente em uma língua de sinais, usada pelos surdos dos Estados Unidos (a American Sign Language –ASL). No Brasil, a Sociedade Bíblica já publicou várias porções bíblicas em Libras e continua no trabalho de produzir a Bíblia completa. Em agosto do ano passado, viveu-se um marco na história da tradução, com o número de línguas que têm a Bíblia completa traduzida chegando a 700. Em janeiro de 2021, esse número já era de 704 línguas. Mais de 70% dessas traduções foi resultado do trabalho das Sociedades Bíblicas no mundo. Mas não são apenas as Sociedades Bíblicas que se dedicam à tradução da Bíblia. Agradecemos a Deus porque há muitas outras organizações sérias envolvidas nessa obra. No ano passado, mesmo com a pandemia afetando o mundo inteiro, as Sociedades Bíblicas conseguiram terminar 66 traduções, utilizadas por 707 milhões de pessoas. Dessas, 46 foram em línguas que tiveram sua primeira tradução. As outras 20 foram revisões de traduções antigas existentes ou traduções novas para línguas que já tinham uma tradução. Esses números mostram que o trabalho nesse campo continua progredindo. Hoje, pode-se dizer que a maioria das pessoas do mundo já consegue ler pelo menos um livro da Bíblia em seu próprio idioma. As traduções bíblicas existentes atendem a 7,2 bilhões de pessoas. O número de pessoas que ainda não têm nada da Bíblia em sua língua é de 254 milhões. Por aí podemos ver que os idiomas É simplesmente notório pensar que no pentecostalismo moderno, já no início do século XX, a busca pelo movimento espiritual deu-se por homens como Charles Fox Parham, William Seymour, Gunnar Vingren e Daniel Berg, mas o derramamento do Espírito Santo aconteceu primeiramente no gênero feminino, no Brasil, com a serva do Senhor, irmã Celina de Albuquerque, e, nos EUA, aconteceu com a irmã Agnes Ozman. Ela teve seu lugar assegurado na história pentecostal, ao se tornar a primeira pessoa a falar em línguas na Bethel Bible School, de Charles Parham, em Topeka (Kansas). Sua experiência é considerada como o estabelecimento da validade do ensino de Parham de que o falar em línguas evidencia o batismo no Espírito Santo. Ozman nasceu em Albany (Wisconsin) em 15 de setembro de 1870. Ela cresceu na área rural de Nebraska, onde frequentou uma igreja metodista episcopal. Como frequentadora de vários ambientes interdenominacionais, ela defendia o pré-milenismo e a cura divina. Em 1892, matriculou-se na temporada de inverno da Escola Bíblica de T. C. Horton, em St. Paul (Minnesota). Em 1894, mudou-se para Nova York, para continuar sua formação no curso de treinamento de A. B. Simpson. Indecisa e levada pela necessidade de encontrar a realidade espiritual, trabalhou, por um período curto, como missionária urbana em Kansas City. De lá, no início de 1900, foi para a escola de Parham, em Topeka. Após sua experiência de falar em línguas, em 1901, voltou a trabalhar como missionária urbana. Em Lincoln, em 1906, ouviu falar sobre o nascente pentecostalismo, relatou sua antiga experiência e identificou-se com o novo movimento. Em 1911, casou-se com o pregador pentecostal Philemon LaBerge. Os dois viajaram pelo país realizando reuniões onde quer que fosse possível. Em 1917, LaBerge afiliou-se a Assembleia de Deus norte-americana, recebendo a credencial de evangelista. Agnes morreu em Los Angeles, em 29 de novembro de 1937. Fonte: Dicionário do Movimento Pentecostal – Isael de Araújo Agnes Nevada Ozman (1870-1937) para os quais ainda falta traduzir a Bíblia são falados por pequenos grupos de pessoas. Isso não torna a tarefa menos importante. Todos têm o direito de receber a Bíblia em sua própria língua. Mas a tarefa se torna cada vez mais difícil e onerosa. É por isso que sempre pedimos orações em favor da obra da tradução e ofertas para que esse trabalho possa ser financiado. As Sociedades Bíblicas estabeleceram um Roteiro de Traduções da Bíblia, a fim de que, nos próximos 25 anos, alcancem a tradução para mais 1.200 idiomas. Hoje, já há projetos de tradução para 312 dessas línguas. Esse alvo só será alcançado com o apoio das igrejas e de todos os cristãos. A SBB Desde 1948, a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) tem a missão de “semear a Palavra que transforma vidas”. Trata-se de uma organização beneficente, sem fins lucrativos, assistencial, educativa e cultural. Sua finalidade é divulgar a Bíblia e a sua mensagem, tornando-a relevante para todas as pessoas. Para isso, traduz, produz e distribui a Bíblia — além de incentivar sua leitura e estudo — e desenvolve programas sociais que atendem a populações em situação de risco e vulnerabilidade social. Em quantas línguas a Bíblia está traduzida? Agnes Nevada Erní Walter Seibert Diretor Executivo da Sociedade Bíblica do Brasil

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