Entrevistas

Leonardo Dantas Costa

Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (2016) Leonardo atua como advogado na Defensoria Pública da União. Leo, como é informalmente chamado pela família e amigos, é autor do livro Delação Premiada e de artigos na área do Direito.

Como surgiu a ideia de escrever suas reflexões durante a pandemia?
Na verdade, o livro nunca foi uma ideia pronta. As reflexões surgiram espontaneamente, a partir de uma necessidade pessoal de responder algumas questões e organizar alguns pensamentos durante esse período tão difícil que estamos vivendo. Em princípio, escrevi para mim mesmo. Com isso, os capítulos fluíram de maneira natural, encampando temas que estavam na ordem do dia e que precisavam encontrar uma posição de conforto em mentes e corações.


Por que decidiu publicá-las?
A decisão de publicá-las partiu do reconhecimento do quanto essas palavras foram efetivas em me ajudar a passar pelo período de isolamento mais radical, nos primeiros meses de pandemia. Todos nós sofremos (e estamos sofrendo) durante o ano de 2020 e a causa de muitos desses sofrimentos é comum. Como seres humanos, a raiz do mal em nós é a mesma e, consequentemente, seus efeitos em nossas emoções, pensamentos e dúvidas são similares. Por isso, o fato de as reflexões terem sido palavras de conforto para mim em meus momentos de sofrimento durante a pandemia motivou-me a compartilhá-las com o próximo.


Apesar de recente a obra, como está a recepção do livro?
A recepção do livro está muito boa. Frequentemente recebo mensagens nas redes sociais de pessoas que o adquiriram e estão curtindo a leitura. Também fico muito feliz em receber o feedback de amigos e familiares, principalmente daqueles com quem convivi ao longo do período de escrita e que muito me influenciaram nas ideias que o livro contém. Além disso, pude compartilhar as experiências em algumas entrevistas e lives, o que é interessante, já que permite que os temas atinjam um público que, muitas vezes, não é tão afeto à
leitura, mas pode se sentir motivado a experimentar o livro.

Além de seus pais, quais são os seus “mentores espirituais”?
Meus pais são meus principais “mentores”, pois me ensinam pelo exemplo. Tenho o privilégio de ter pais que são pastores, mas que, antes disso, são verdadeiros pais cristãos, que me ensinaram a Palavra e a Fé. Meus avós também são pilares na minha vida, não apenas pelo exemplo espiritual, mas pela lição de dedicação ao trabalho e superação de dificuldades. Em casa, como sou o mais novo, também sempre aprendi com a vida de meus irmãos e cunhados. Por fim, gostaria de citar alguns pastores cujas palavras e ministrações sempre me levaram a lugares mais altos na fé: João Paulo Branco, Davi Araújo e Marcelo Ferreira, todos aqui de São Paulo, do Ministério
do Belém.


Quais são os autores que mais gosta de ler?
Bons escritores despertam nossa paixão por leitura, pois são capazes de criar realidades incríveis por meio das palavras e, verdadeiramente, abrir nossas mentes para ideias até então não desbravadas. Na literatura nacional, meu preferido é Machado de Assis. Fico admirado com a forma como ele brinca com as palavras para tornar temas cotidianos em experiências extraordinárias
de leitura. Também admiro Carlos Drummond de Andrade, inclusive citei-o na abertura de alguns capítulos; suas poesias são capazes de enlaçar o sentimento do mundo e traduzi-lo em versos. Na literatura estrangeira, gosto do gênero ficção científica, principalmente Philip K. Dick, além de outros autores como Charles Dickens, Harper Lee, José Saramago. Na literatura cristã, CS Lewis é o meu preferido. Também, ultimamente, li Philip Yancey e gostei; ele trabalha o tema “sofrimento” de forma autêntica.

Sobre a pandemia, além de suas próprias reflexões, quais fontes recorreu para dar mais embasamento ao seu ponto de vista?
Minha principal fonte de embasamento foi a Bíblia. Pretendi dar aos temas uma visão alinhada com os preceitos cristãos, de maneira que todos eles foram submetidos a um olhar crítico do ponto-de-vista bíblico. Também foi essencial manter-me bem informado acerca dos fatos, já que o livro trata da atualidade. Assim, utilizei-me de diversas fontes jornalísticas para me certificar de que os fatos apresentados correspondem à realidade. Como a pretensão não era de uma obra científica, senti-me livre para deixar de lado as referências bibliográficas extensas; preferi dar mais lugar à inspiração do momento, o que veio ao encontro do propósito escolhido de conversar com o leitor, sincera e empaticamente, acerca da grave crise que nos assola.