Quem de nós não já reproduzimos o jargão?
“Existem três grupos que fazem missões: O que vai, o que contribui e o que ora”.
Parece piedosa a frase, mas essa ideia equivocada é responsável por um jogo de empurra-empurra que traz o entendimento de que a proclamação do Evangelho é responsabilidade de uma elite vocacionada, e muitas vezes gera em muitos crentes a sensação de desencargo de consciência; pois se são só algumas pessoas especiais que vão, então eu, contribuindo e orando, já fiz a minha parte. Ou seja?
Terceirizei o Ide, substituí o Ide pela doação de ofertas e orações.
Entretanto, o Ide jamais pode ser terceirizado. Nada substitui o Ide. Todas as contribuições, doações, ofertas são bem-vindas. As orações, óbvio, são indispensáveis. Mas nenhum cristão tem o direito de orar ou de ofertar, tão-somente para se eximir da responsabilidade de ir.
Infelizmente, muitas vezes temos o entendimento que só cumpre o Ide quem vai às terras longínquas. Não é verdade.
Há muita gente que nunca cruzou o oceano, nunca atravessou a fronteira, nunca saiu de seu Estado, mas está indo ao ponto de ônibus. Está indo à praça central da cidade. Está indo ao portão da escola. Está indo ao hospital. Está indo às cadeias…
E, diga-se, de passagem, o Ide é isto mesmo: “indo”, no gerúndio.
Portanto, as missões devem existir para servir a missão.
MISSÃO tem a conotação de que toda igreja está em missão.
A Missão não é da Igreja, a Missão é de Deus. É a Missio Dei.
A Missão precede a Igreja. A Igreja nasce da missão e dela participa.
Deus é o grande protagonista da Missão. Como define Justo González: “A Igreja é o resultado e a co-protagonista da missão de Deus”.
Deus enviou o Filho; o Filho enviou o Espírito Santo; e o Deus trino: Pai, Filho e Espírito enviou a Igreja ao mundo (Jo 20.21).
Que haja urgentemente um despertamento da consciência missionária em nós.
Não podemos falhar nessa tarefa, pois nenhuma agência, nenhuma instituição, nenhuma organização, pode substituir a Igreja na pregação do Evangelho.
A tarefa da evangelização mundial Deus não confiou nem aos anjos, e sim à sua Igreja.
Que Deus nos ajude nesse desafio!