Colunistas Geisel de Paula

O sinal desta geração

Todo ser humano é incuravelmente religioso. O problema é como ele se relaciona com o divino, o sagrado, o mistério. Do ponto de vista humano, o acesso tem que se dar como na lâmpada mágica de Alladin, onde você esfrega, os desejos são saciados, e depois o ser volta pra dentro da lâmpada. Não é assim que as coisas funcionam. Deus se revela segundo o seu querer e vontade para aqueles que o buscam e querem ter um relacionamento com ele, e não de barganhas.

Na época de Jesus, os fariseus e escribas pediram a ele um sinal do céu (Lucas 11:29 a 32) Impressionante… Logo pra ele! Não bastava Jesus ter feito os sinais e prodígios que fez, as palavras e discursos que proferiu, eles queriam mais; queriam fogos, luzes, visões de anjos, espetáculo e epifania. Jesus não ia lhes dar nada disso. Cada um é responsável por sua geração, cada geração responde pelo seu tempo. Jesus então cita duas gerações que escutaram a voz de Deus na terra. A geração de Salomão e a geração de Jonas.

Na geração de Salomão, a rainha de Sabá, um reino na África subsaariana, dos confins da terra, veio para ouvir e ver a sabedoria de Salomão. A bíblia diz que ela veio experimentar Salomão em enigmas. Quando ela viu toda a casa de Salomão, o assentar dos seus servos e a sua subida à casa do Senhor, para adorá-lo, ela ficou como fora de si. Tudo o que foi perguntado foi respondido, suas dúvidas completamente sanadas e seus enigmas todos decifrados.

 O outro sinal veio na época do profeta Jonas. Ele é comissionado e incumbido a ir à Nínive, pregar contra ela. Primeiro foge em sentido contrário, mas com intervenção divina acaba obedecendo. Sua mensagem, diferente de Salomão é dura e carregada de juízo. A bíblia diz que ele prega apressadamente. Mas ambas surtiram efeito. A rainha de Sabá voltou convertida para sua terra e a cidade de Nínive se arrependeu e o juízo prometido não aconteceu. Salomão foi o sinal para a sua geração e Jonas foi o sinal da sua, assim como nós somos o sinal de nossa geração.

Não haverá espetáculo nos céus, não haverá luzes e aparição de coral de anjos. Não haverá fogos e céus abertos, nem uma epifania coletiva. Nós somos o sinal de nossa geração! Assim como Salomão, Jonas e Jesus foram na deles. Precisamos provar que Deus está vivo e atuante em um mundo perdido. Como? Explicando e argumentando pacientemente como fez o sábio Salomão, tirando dúvidas e principalmente mostrar pelo exemplo o nosso assentar e a nossa subida à casa de Deus. E se não ouvirem? Precisamos ter dentro de nós uma palavra de juízo como a de Jonas em sua geração, revelando que o Deus de amor fará justiça com aqueles que não creêm. E se mesmo assim não ouvirem? Lembre-se sempre que você não é a mensagem, você é o mensageiro. O mensageiro nunca pode ser maior que a mensagem que ele carrega.

Está aqui quem é maior que Salomão. Está aqui quem é maior do que Jonas. Está aqui quem é maior do que eu. Está aqui quem é maior do que você. Nosso dever é anunciar e mostrar Jesus ao mundo, apontar para Jesus. Crer ou não crer é responsabilidade de cada um e cada um responderá por si mesmo diante de Deus. Não haverá sinal no céu enquanto houver você na terra. Nós somos o sinal e o mundo precisa olhar para nós e crer, seja através do amor ou do juízo.

Geisel de Paula

Geisel de Paula é repórter do site e jornal Ceifeiros em Chamas, bacharel em teologia pela Faesp.