AD Belém SP

Morre o Pr. Pedro Izaías

Pr. Pedro Izaías, serviu ao Ministério do Belém por 32 anos

Morre, aos 91 anos, o pastor Pedro Izaías. No mês passado, o jornal Ceifeiros em Chamas, publicou uma breve biografia do líder para homenageá-lo em vida. Confira o artigo!

       Nascido em 10 de fevereiro de 1931, em Caratinga/MG, o pastor Pedro Izaías, filho de Antonio Izaías e Raymunda Izaías Teixeira, ficou órfão de mãe aos dois anos de idade. Seu pai, por contrair novo matrimônio, o entregou a outra família, quando ele tinha apenas sete anos, por ter sido rejeitado pela madrasta. Primeiro, foi morar com uma irmã; depois, com um tio, e, aos 12 anos, tornou-se menino de rua.

       Quando chegou à maioridade, já cansado da vida como mendigo, tentou o suicídio, ao se jogar na frente de um caminhão na BR-116; porém, sentiu quando duas mãos o seguraram. “Sou tão miserável que nem a morte me quer”, pensou. Logo após esse episódio, duas irmãs do Círculo de Oração o levaram para a Assembleia de Deus, onde aceitou Jesus como seu Senhor e Salvador, e desceu às águas batismais em 1949, com 18 anos de idade.

       Mesmo analfabeto, adquiriu uma Bíblia Sagrada, uma Harpa Cristã e uma revista da Escola Dominical. Criticado por não saber ler, ninguém se dispunha a ensiná-lo; mas, em uma tarde, após chegar do trabalho, começou a passar a Bíblia aberta pela cabeça e dizer: “Como eu amo a Bíblia, como eu amo a Bíblia”, e, ao pousá-la em sua frente, de repente, começou milagrosamente a ler Mateus 3.1,2: “E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus”.  Em 1960, pediu exoneração do cargo de funcionário público do DNER, quando foi separado para o presbitério. Mudou-se para Muriaé/MG, a fim de auxiliar o pastor presidente da AD local, e depois foi para Ervália/MG, para implantar ali uma igreja, onde sofreu perseguição do padre da cidade, que odiava os protestantes e incentivava o apedrejamento.

       Sob a liderança do saudoso pastor Anselmo Silvestre, já como ministro do Evangelho, passou por Belo Horizonte, Imbé, Itaporanga, Matipó e Bom Jesus do Galho, cidades mineiras. Ao pedir orientação a Deus, veio para São Paulo, quando foi apresentado na Escola Bíblica de 1969 pelo pastor Ângelo Alves Cardoso, na sede do Belém, ao pastor Cícero Canuto de Lima. Cooperou no Setor de Guaianazes, onde substituiu o pastor José Pereira como co-pastor. Em 1974, ao atender o pedido dos pastores Cícero Canuto, José Wellington e Eurico Bergstén, assume o Setor de Vila Gumercindo (hoje, Setor 116, Alto do Ipiranga), com apenas uma congregação.

       Em sua jubilação aos 76 anos, em março de 2007, após 32 anos de trabalho árduo, entregou o Setor com 19 congregações. Esposo de Naílda Izaias (falecida em 2014), é pai de 13 filhos: Joel, Abigail, Miriam, Eunice, Joabe, Joás, Quelita [in memoriam], Joselmo, Joelma e Joelson. Três, cujos nomes não foram mencionados, morreram ao nascer. Tem 17 netos e 10 bisnetos. O principal de tudo, ele exerceu um ministério que atinge milhares de pessoas, inclusive eu, o autor desse artigo, que fui ovelha desse amado pastor durante 30 anos, apresentado por ele ao nascer e casado debaixo de sua bênção. Uma certa feita, ainda criança, em um ataque epilético no culto, minha mãe pegou-me nos braços e levou-me até o púlpito. Pr. Pedro Izaias colocou a igreja em oração, estendeu as mãos e orou; depois desse dia, nunca mais fiz uso de remédio, pois fui curado instantaneamente. O legado ainda permanece.

Geisel de Paula

Geisel de Paula é repórter do site e jornal Ceifeiros em Chamas, bacharel em teologia pela Faesp.