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A entrada da Bíblia nos países islâmicos

Imagem de Pexels por Pixabay

A paz do Senhor querido(a) leitor(a) do portal ceifeiros! Hoje, vamos mergulhar no processo de evangelização de um povo que tenho em especial: O árabe.

Há muita informação e detalhes sobre a cultura e a formação da sociedade árabe, ao ponto de haver uma certa confusão em compreender o que é um árabe e o que é ser muçulmano/islâmico.

Árabe é o cidadão natural de países da região do Oriente Médio e África Setentrional, ou seja, é um grupo étnico.  Já o islâmico/muçulmano é o indivíduo adepto da religião islâmica; em outros idiomas, “muslim”.

Esclarecido este pequeno, mas recorrente equívoco, podemos prosseguir em compreender mais como é evangelizar árabes ou muçulmanos; em especial, falaremos de como a Bíblia chega nessas localidades. Para tal reflexão, o missionário Sid Ramos gentilmente nos respondeu algumas questões.

Ele esteve em países em que a religião predominante é o islã entre 2005 a 2016. Seu tempo servindo como missionário na região do Oriente Médio o fez passar por vários lugares; muitos que conhecemos e outros que nem ouvimos falar direito. O fato é: O Evangelho de Jesus está sendo anunciado.

Nos últimos dias, ele concedeu entrevistas à radio RBC (Rádio Belém de Comunicação) e à EMAD (Escola de Missões das Assembleias de Deus). Nos dois programas, o pastor compartilhou sua experiência no campo missionário e encheu nossos corações de esperança; pudemos saber a forma como o Senhor está salvando esse povo! Glórias a Deus!

Mas como é para quem evangelizar? A Bíblia não é proibida nos países de religião islâmica? Como falar de Jesus para aqueles, os quais acreditam que Ismael construiu a Caaba?

O pastor Sid nos informou sobre algo muito interessante: “Sim, a Bíblia no idioma nativo daquele país é proibida, mas um exemplar no seu idioma, não. Você possui liberdade religiosa, como estrangeiro; a perseguição e proibição começam aqui, sutil e veladamente. Não é possível carregar muitas bíblias e nenhuma no idioma daquela nação em questão.

Ele também nos respondeu que quando se vai trabalhar em missão, nesse caso, em culturas tão distintas e distantes, é muito importante que haja um treinamento, algo que devemos levar por toda obra missionária: “Servir e amar verdadeiramente, como Jesus fez”; só assim, a verdade alcança o coração e a mente de uma pessoa, seja qual for a religião.

Utilizar e mostrar a Palavra de Deus de maneira genuína.

O tema central da conversa com o pastor Sid foi sobre a Palavra de Deus, o manuseio, a leitura e a apresentação da Bíblia, e ele explicou que é muito complexa a forma como os muçulmanos enxergam as Escrituras; eles até certo ponto “acreditam” na Bíblia e nos evangelhos, mas a verdadeira Palavra de Deus está no corão, pois, para eles, a língua de Deus é o árabe, Eles entendem todas as línguas, mas a original, verdadeira e incorruptível palavra, está no Alcorão, segundo os muçulmanos.

É paradoxal pensar que creem nas Escrituras, em trechos delas, mas não aceitam que existam em outros idiomas, por considerarem ilegítimos e corrompidos; enxergam o profeta Maomé como o maior dos profetas. Mais uma vez, oremos por esse povo.

Um povo que possui uma compreensão e leitura da Bíblia

Caso você não tenha muito contato com a cultura e religião islâmica, eles possuem uma concepção de céu e paraíso muito diferente da nossa; para eles, Jesus era um dos profetas e dizer para um islâmico: “Aceite a Cristo como seu Salvador”, não surtirá efeito algum, se você não estiver há um tempo acompanhando e evangelizando aquela pessoa. O Pr. Sid nos informou que é muito importante que o missionário conheça a soteriologia islâmica, ou seja, a doutrina de salvação dos islâmicos, para que você saiba como agir e falar.

Também perguntei sobre a interpretação que eles têm sobre Jesus, como o missionário pode tratar desse assunto tão delicado e ele, de maneira tão clara e profunda, respondeu: “Com treinamento e a ação do Espírito Santo, para que essas pessoas se convertam a Deus”.

A questão linguística, pode representar uma barreira?

De Fato, depender de intérpretes é mais difícil; então, é importante que você conheça a cultura e consequentemente o idioma, para que, caso esteja evangelizando uma pessoa, seja inserido no contexto cultural daquele grupo, disse o Pr. Sid.  

Isso me fez lembrar o primeiro artigo que escrevi aqui no portal sobre a cultura! Lembram-se? Vale conferir!

E, para finalizar, pedi que ele compartilhasse um testemunho marcante do seu tempo no campo missionário árabe. 

“Um fato que me marcou muito foi quando fizemos uma viagem por terra em um determinado país; fomos distribuir bíblias, orar por algumas poucas igrejas na rota e fazer trabalhos de enfermagem também; era muito arriscado levar as bíblias; mesmo assim colocamos muitos exemplares que ganhamos e, naquele dia, faltou gente para ajudar a levá-las; poderia ter mais pessoas para distribuí-las e esse sentimento me impactou naquele dia. Outro fato, foi quando um irmão que tinha um exemplar do Novo Testamento traduzido para o idioma dele; ele lia até então no árabe, mas ele não tinha algo do Antigo Testamento em seu idioma nativo; e ele veio pulando, para me mostrar a Bíblia traduzida”.

 Que Deus abençoe nosso pastor e missionário Sid Ramos e demais irmãos que estão no campo, que ouviram esse tão importante chamado e disseram: “Eis-me Aqui”.

Escrevi esse artigo maravilhada com o poder da Palavra de Deus; a Bíblia pode não chegar física e integralmente em alguns lugares, mas “acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil?” (Gn 18.14ª – ARA)  

Mais uma vez externo meu agradecimento pela disponibilidade do pastor Sid Ramos em conversarmos, para a elaboração deste artigo.

Deus te abençoe e até a próxima!

Naline Thâmara

Naline Thâmara é Licenciada e Bacharel em Geografia pela PUC- SP. Mestre em Ciência e Tecnologia Nuclear na USP e Escritora. Membro da Assembléia de Deus, min. Belém-Setor 34 Pinheiros/SP, casada com Pb. Jefté Filho, e colaboradora da Escola Bíblica Dominical como professora da classe das irmãs.