AD Belém SP Ceifeiros Colunistas

A IGREJA ROMANA COMO SINAL DO FINAL

Imagem de Gerhard Bögner por Pixabay

ÚLTIMA PARTE

Nos três artigos anteriores, vimos como surgiu a Igreja Católica Apostólica Romana e como ela tem sido utilizada, ao longo da história, para distorcer a doutrina cristã e construir uma religiosidade humana com roupagens cristãs.

Como se disse, a Igreja Romana é fundada no Papado e, portanto, sempre se deve dar atenção aos Papas e às suas performances, vez que são eles os condutores desta organização, como, aliás, o diz Dom Bosco (1815-1888), santo católico, conhecido por seus “sonhos proféticos”, um dos quais, diz ter visto a “barca da Igreja Romana” que, neste mundo, seria conduzida pelo Papa, cuja missão é levar o seu povo ao destino mediante a devoção a Maria e à Eucaristia (ou seja, à hóstia consagrada, que seria, segundo a doutrina da transubstanciação, o corpo e sangue de Jesus)[1].

Assim, segundo este próprio santo católico, o papel do Papa outro não é senão levar o povo ao seu “destino”, que só pode ser alcançado mediante a obediência ao Papa, a devoção a Maria e à Eucaristia.

Ora, estes três elementos representam distorções doutrinárias, como já analisamos nos artigos anteriores, a nos mostrar que se está, pois, a pregar “outro evangelho”, que leva à maldição, como afirma o apóstolo Paulo em Gl.1:8,9.

Neste artigo, porém, só analisaremos um deles, que é o Papado.

Ao se erigir o Papa como o “Vigário de Cristo”, “a cabeça visível da Igreja”, tem-se que a Igreja Romana literalmente escolheu ser chefiada por um “anticristo”, pois a palavra grega significa tanto “contra Cristo” como “em lugar de Cristo”.[2]

Como afirma a constituição dogmática “Pastor Aeternus” (1870), é o Papa, para os católicos, “…o princípio perpétuo e o fundamento visível desta dupla unidade, sobre cuja solidez se construísse o templo eterno e se levantasse sobre a firmeza desta fé a sublimidade da Igreja, que deve elevar-se até ao céu…”.

Segundo os romanistas, não há como haver salvação senão pela Igreja Romana[3] e a Igreja Romana tem no Papa o seu fundamento, de modo que não se pode alcançar a salvação se não se estiver em comunhão com o Papa, se não houver obediência a ele.

Esta doutrina do Papado serviu bem aos propósitos do “mistério da injustiça” de perturbar a fé dos que se convertem a Deus (Cf. At.15:19), confundindo-os, por séculos, fazendo-os distanciar da verdade, num processo de contínuo distanciamento da Palavra de Deus e de submissão aos homens e não a Cristo.

Entretanto, mesmo antes da Reforma Protestante, iniciou-se um processo anticristão de desgaste da autoridade papal, com o surgimento de diversas teorias que procuravam infirmar o Papado, como a chamada tese “conciliarista”, que buscava proclamar a supremacia dos Concílios Ecumênicos sobre o Papa, que levou, inclusive, ao chamado Cisma do Ocidente, que durou de 1318 a 1417, quando houve dois e até três Papas simultaneamente.

Depois da Reforma, com as pretensões dos reis europeus para se desvencilhar da supremacia papal, surgiu o chamado “galicanismo”, teoria surgida na França (daí o nome “galicanismo”, pois a Gália era o nome da França no período do Império Romano), que defendia a submissão da Igreja ao poder temporal, tendo em vista que os reis teriam seu poder por origem divina e não do Papa.

Esta doutrina “galicanista” foi, precisamente, um dos pontos que se buscou atacar com o Concílio Vaticano I, onde se elaborou a já mencionada Constituição dogmática “Pastor aeternus”.

Esta reação contra o poder papal e, por conseguinte, do poder para a Igreja disciplinar todas as relações sociais e humanas está na origem do que os romanistas denominaram de “modernismo”, que eram as mais diferentes ideias contrárias à supremacia absoluta da Igreja Romana sobre a sociedade, que passaram a ser defendidas por pensadores e intelectuais em movimentos como o Renascimento e o Iluminismo, que tiveram sustentáculo em diversos segmentos, como a Maçonaria, o governo inglês e, não poucas vezes, financiado por judeus.

Houve nítida infiltração destas ideais na própria estrutura da Igreja Romana, como se verifica pelos seguidos movimentos, ao longo do século XIX e início do século XX, de alguns Papas para condenar estas doutrinas, como Pio IX, Leão XIII e Pio X.

Este infiltração, aliás, intensificou-se com a subida ao poder do comunismo na Rússia, que deu origem à União Soviética, pois se sabe hoje que havia um programa deliberado de infiltração de agentes nos seminários católicos, bem como de homossexuais, para perverter o sacerdócio romanista ao longo das décadas, como revelou a italiana Bella Dodd (1904-1969), que pertenceu ao Partido Comunista dos Estados Unidos e admitiu, após ter se convertido ao catolicismo romano, ter recrutado mais de 1.100 agentes e os inserido nos seminários católicos[4][5].

Como bem ensina o filósofo Olavo de Carvalho (1947-2022), ele próprio católico romano: “…Desde a década de 20, enquanto os regimes comunistas promoviam a mais brutal e ostensiva perseguição aos cristãos nos seus territórios, os grandes estrategistas do comunismo – numa gama que vai de Stálin a Antônio Gramsci – já haviam chegado à conclusão de que, nas nações democráticas, o ataque frontal à Igreja não ia funcionar: o que era preciso era infiltrar-se nela, corrompê-la e destruí-la por dentro, esvaziá-la de todo conteúdo espiritual e usá-la como caixa de ressonância para as palavras-de-ordem emanadas do comando revolucionário.…”[6].

Com a eleição do Papa João XXIII, em 1958, que muitos dizem, com razoável comprovação, que se tratava de um maçom, a Igreja Romana começa a dar uma guinada.

João XXIII convoca o Concílio Vaticano II, com a finalidade de promover “a atualização” da Igreja e, deste modo, pela vez primeira, tem-se um concílio que não tinha de condenar heresias ou reafirmar dogmas, mas, sim, promover uma “adaptação” da instituição aos “sinais dos tempos”.

Já pelo objetivo da convocação, tem-se, claramente que o interesse era promover a aproximação da Igreja Romana com o “espírito do século”, com o “mundo”, ou seja, com todo o anticristianismo, o que, evidentemente, é a lenta absorção do romanismo a este “anticristianismo revivido”, sem as roupagens cristãs adotadas a partir do tempo do imperador romano Constantino, que fez cessar as perseguições contra os cristãos.

Tem-se, então, o ingresso na fase da “igreja conciliar”, como a denomina o frei Tiago de São José, padre romanista que tem denunciado esta infiltração anticristã na estrutura da Igreja Romana, que estaria, inclusive, em sua fase final, já que está para ser substituída pelo que denomina de “igreja sinodal”[7], o que está planejado para ocorrer com o Sínodo a se reunir no Vaticano neste ano de 2023, que muitos já têm denominado de “Vaticano III”[8].

A partir do Concílio Vaticano II, a Igreja Romana começou a rever os seus rituais, o seu relacionamento com os não católicos, permitindo o questionamento de tudo quanto era seguido e ensinado ao longo de séculos, o que permitiu o fortalecimento do chamado “modernismo” e até mesmo a adoção de outros ideários, como o próprio materialismo científico, como se pôde ver na chamada “teologia da libertação”, que tanto influenciou a Igreja Romana na América Latina e no Brasil[9].

Isto representou, claramente, um enfraquecimento da própria figura do Papa. A partir de Paulo VI, que sucedeu João XXIII e concluiu o Concílio Vaticano II, tivemos o empenho de todos os Romanos Pontífices em “implementar as diretrizes do Concílio”, o que, de certa forma, representou uma certa submissão do Papado ao Concílio.

Como se isto fosse pouco, por imposição do próprio Concílio, começaram a ser convocados periodicamente Sínodos de Bispos, cujas resoluções eram, posteriormente, “apreciadas” e “oficializadas” pelo Papa, o que representou a possibilidade de continuada discussão sobre princípios, dogmas e pensamentos no seio do romanismo, o que não deixou de ser uma relativização do próprio papel do Papa como fonte de toda a doutrina romanista.

Isto tudo representou um contínuo enfraquecimento doutrinário a partir de dentro da própria Igreja Romana, e não chega a ser emblemático que, em 2020, tenha sido retirado do Anuário Pontifício o título de “Vigário de Cristo” pelo Papa Francisco, como que uma renúncia do Pontífice com relação a esta posição.

Bento XVI, aliás, já havia renunciado ao título de “Patriarca do Ocidente” em 2006, num gesto em que abria mão de um título que criava obstáculos para aproximação seja com a Igreja Anglicana seja com as igrejas protestantes.

Trata-se, pois, de nítidas iniciativas para aproximar a Igreja Romana não só de outras organizações religiosas cristãs mas mesmo de outras religiões, mas que relativizam a doutrina do Papado tal como concebida no nascedouro da Igreja Romana[10].

Este enfraquecimento doutrinário, como nos diz o já mencionado frei Tiago de São José, intensificar-se-á com a chamada “igreja sinodal”, em que se permitirá a prevalência da “opinião pública” nos ditames e posicionamentos da Igreja, o que o Papa Francisco diz ser “…uma «Igreja diferente», aberta à novidade que Deus lhe quer sugerir…”[11].

Esta nova fase já está em pleno curso, pois se está preparando, desde 2021, um Sínodo para instalar a “sinodalidade” na Igreja Romana, evento que terminará neste ano de 2023, no mês de outubro, no Vaticano, em novo Sínodo de Bispos.

O resultado de toda esta circunstância é que a Igreja Romana, hoje em dia, está completamente envolvida nas chamadas “pautas anticristãs”, como o “ambientalismo radical”, que chega, inclusive, a promover uma certa adoração a “mãe terra”, como se verifica na encíclica “Laudato si”, escrita pelo Papa Francisco em 2015 e o Sínodo da Amazônia, realizado no Vaticano em 2019.

A própria concepção de uma religião universal tem sido abertamente defendida atualmente pelo Papa Francisco, como se verifica de documentos como a chamada Declaração de Abu Dhabi em 2019 e a Declaração de Astana em 2022, onde se afirma, entre outras coisas, que todas as religiões têm ensinamentos verdadeiros ou que todas as religiões trilham um caminho comum, partilham um mesmo patrimônio espiritual e moral.

Segundo alguns, como o comentarista católico norte-americano Taylor Reed Marshall (1978- ), este é o verdadeiro objetivo da infiltração operada na estrutura da Igreja Romana, “in verbis”: “…Trata-se de uma agenda para comutar a religião sobrenatural de Jesus Cristo crucificado e ressurreto pela religião natural do humanismo e do globalismo. Agenda que faz eco à primeva escolha de Adão e Eva de se tornarem a si mesmos divinos, tomando os frutos da natureza, ao invés de se prostarem em aceitação do sobrenatural fruto da divina graça…”[12].

Ora, isto é a própria contrafação da doutrina cristã, da sã doutrina, que mostra que só Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida e que ninguém pode se religar a Deus a não ser por Ele. É a negação de Jesus, é algo evidentemente motivado pelo “espírito do anticristo”.

O cardeal australiano George Pell (1941-2023), recentemente, antes de falecer denunciou o documento que é a base deste Sínodo que se realizará, considerando-o um “…pout-pourri, um derramamento de boa vontade da Nova Era? Não é um resumo da fé católica ou do ensino do Novo Testamento. É incompleto, hostil de maneiras significativas à tradição apostólica e em nenhum lugar reconhece o Novo Testamento como a Palavra de Deus, normativa para todo ensino sobre fé e moral. O Antigo Testamento é ignorado, os patriarcas rejeitados e a Lei Mosaica, incluindo os Dez Mandamentos, não é reconhecida.…”[13].

O arcebispo Carlo Maria Viganò (1941- ), ex-núncio apostólico nos Estados Unidos (ou seja, foi o embaixador do Papa naquele país), outro crítico dos atuais rumos da Igreja Romana, afirmou sobre este caminho que está sendo tomado pela Igreja Romana o seguinte: “…agora compreendemos como é fundamental instaurare omnia in Christo (“instaurar todas as coisas em Cristo”, observação nossa], recapitular tudo em Cristo; quão infernal – literalmente – é o mundo que rejeita o Senhorio de Cristo, e quão mais infernal é uma religião que se despe com desprezo de suas vestes reais – mantos tingidos com o Sangue do Cordeiro na Cruz – para se tornar a serva dos poderosos, da Nova Ordem Mundial, da seita globalista…”[14].

E qual será o resultado desta postura da Igreja Romana? A sua própria destruição.

O texto de Apocalipse 17 diz que os reis que apoiarão a besta, ou seja, os governantes que permitirão a subida do Anticristo ao poder (Ap.17:12,13) e que, com esta aliança, instalarão o governo mundial sobre a Terra, também aborrecerão a “prostituta”, ou seja, a Igreja Católica Apostólica Romana, e a porão desolada e nua, comendo a sua carne e a queimando no fogo (Ap.17:16).

A Igreja Católica Apostólica Romana, tendo cumprindo o intento para o que foi criada, ou seja, perturbar a genuína fé cristã ao longo dos séculos, mantendo ainda vivo o sistema gentílico ferido pelo Evangelho com a vinda de Jesus a este mundo e a constituição da verdadeira Igreja, será, por fim, destruída por este mesmo sistema, que não mais precisará desta estrutura para governar o mundo, uma vez que a vera Igreja terá sido arrebatada pelo Senhor Jesus, o que permitirá a restauração do Império Romano.

Como se não bastasse isso, a esta altura dos acontecimentos, o romanismo já se encontrará completamente carcomido desde dentro pelos anticristãos declarados que se infiltraram nesta estrutura, fazendo com que ela passe a defender precisamente o que já é defendido pelo “mistério da injustiça”, que terá a sua própria organização religiosa, sob o comando do Falso Profeta.

A Igreja Romana, portanto, será destruída, precisamente, pelos mesmos inimigos da verdade que a fizeram nascer.

Ao vermos o atual estágio em que se encontra o romanismo, com sua estrutura já completamente comprometida com a “nova ordem mundial”, prestes a se renegar a si mesma ao ingressar nesta chamada “fase sinodal”, é hora de nos prepararmos, pois se tem, indubitavelmente, com a proximidade deste sínodo que deve oficializar esta nova posição romanista, mais um sinal de que Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo está às portas. Maranata!


[1] O sonho das duas colunas no meio do mar. Disponível em: https://www.sdb.org/pt/Dom_Bosco/Scritti/Escritos/O_SONHO_DAS_DUAS_COLUNDAS Acesso em 07 jan. 2023.

[2] Dave Hunt (1926-2013), grande apologista cristão, bem o afirma: “…O prefixo “anti” vem da língua grega e tem dois significados: 1) oposto a, e 2) no lugar de ou um substituto para.1 O Anticristo incorporará ambos os significados. Ele certamente se oporá a Cristo, mas da maneira mais diabolicamente inteligente que poderia ser feita: fingindo ser Cristo e, assim, pervertendo o “cristianismo” por dentro. De fato, o Anticristo “se assentará no templo de Deus, manifestando-se como Deus” (2 Tessalonicenses 2:4).…” (A Woman rides the beast, p.30) (tradução do inglês pelo tradutor Google).

[3] Eis o que diz o Catecismo da Igreja Católica: “”FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO”. Como entender esta afirmação, com frequência repetida pelos Padres da Igreja? Formulada de maneira positiva, ela significa que toda salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é seu Corpo: Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo Batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar.” (§ 846).

[4] VORRIS, Michael. Trad. e adaptação de Henrique Sebastião. Bella Dodd: “Eu recrutei mais de 1.100 agentes comunistas e homossexuais ativos para se infiltrarem nos seminários católicos e destruir a Igreja”. Disponível em: https://www.ofielcatolico.com.br/2019/07/alice-von-hildebrand-eu-recrutei-1100.html Acesso em 28 jan. 2023.

[5] Não é, portanto, surpresa, que, em livro publicado após sua morte, o Papa Bento XVI (1927-2022) tenha admitido que o Vaticano soube da existência de “clubes homossexuais” em seminários (Em livro póstumo, Bento XVI denuncia ‘clubes gays’ em seminários. 21 jan. 2023. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/em-livro-postumo-bento-xvi-denuncia-clubes-gays-em-seminarios,a419ecd7f8196342370188be57518051lpxg8v5u.html Acesso em 29 jan. 2023.

[6] CARVALHO, Olavo de Carvalho. Os insuspeitíssimos. Disponível em: https://olavodecarvalho.org/os-insuspeitissimos/ Acesso em 28 jan. 2023.

[7] Referido padre bem explica isto no vídeo “A morte de Bento XVI e o início da nova religião universal de Francisco, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=SX3WdmAomW4.

[8] É o que bem mostra o professor Emílio Carlos, outro católico que critica a atual estrutura da Igreja Romana, no vídeo https://www.youtube.com/watch?v=n9FezXVj_dA.

[9] O Papa Paulo VI bem sintetizou esta situação ao afirmar, em um discurso em 7 de dezembro de 1968: “…A Igreja vive hoje um momento de inquietação. Alguns praticam a autocrítica, pode-se dizer até a autodemolição. É como uma convulsão interna aguda e complexa que ninguém esperaria depois do  Concílio.…” (Disponível em: https://www.vatican.va/content/paul-vi/it/speeches/1968/december/documents/hf_p-vi_spe_19681207_seminario-lombardo.html Acesso em 21 jan. 2023) (tradução do italiano pelo Tradutor Google).

[10] O recentemente falecido cardeal australiano George Pell (1941-2023), em texto anônimo, que ficou conhecido como “Memorando de Demos”, cuja autoria foi revelada após a sua morte bem sintetiza esta crise da figura papal na Igreja em trecho que transcrevemos: “…1. O sucessor de São Pedro é a rocha sobre a qual se edifica a Igreja, grande fonte e causa de unidade mundial. Historicamente, a partir de Santo Irineu, o Papa e a Igreja de Roma têm um papel único na preservação da Tradição Apostólica, a regra da fé, garantindo que as Igrejas continuem a ensinar o que Cristo e os Apóstolos ensinaram. Anteriormente o lema era: “Roma locuta. Causa finita est” [Roma falou, a causa acabou]. Hoje é: “Roma loquitur. Confusio augetur” [Roma fala, cresce a confusão]. (A) O sínodo alemão fala da homossexualidade, das mulheres sacerdotes, da comunhão para os divorciados. E o Papado está em silêncio. (B) O cardeal Hollerich rejeita o ensinamento cristão sobre sexualidade. E o Papado está em silêncio. Isso é duplamente significativo porque o Cardeal é explicitamente herético; não usa palavras em código ou insinuações. Se o Cardeal continuar sem a correção romana, isso representará outra quebra mais profunda na disciplina, com pouco (ou nenhum?) precedente na história. A Congregação para a Doutrina da Fé deve agir e falar. (C) O silêncio é ainda mais evidente quando se choca com a perseguição ativa aos tradicionalistas e aos mosteiros contemplativos.

2. A centralidade de Cristo no ensino enfraquece; Cristo é removido do centro. Às vezes, Roma parece até confusa sobre a importância de um monoteísmo estrito, aludindo a um certo conceito mais amplo de divindade; não exatamente um panteísmo, mas uma espécie de variante do panteísmo hindu. (A) A Pachamama é idolatrada, embora talvez não tenha sido planejado assim inicialmente. (B) Monjas  contemplativas são perseguidas e tentativas são feitas para mudar os ensinamentos dos carismáticos.

(C) O legado cristocêntrico de São João Paulo II na fé e na moral é objeto de ataques sistemáticos. Muitos docentes do Instituto romano para a Família foram afastados; a maioria dos alunos foi embora. A Academia pela Vida está seriamente danificada, por exemplo, alguns de seus membros recentemente defenderam o suicídio assistido. As academias pontifícias têm membros e oradores convidados que apoiam o aborto.…” (Disponível em: https://www.montfort.org.br/bra/imprensa/igreja/cardeal-pell-sobre-francisco/ Acesso em 17 jan. 2023).

[11] Discurso do Papa Francisco no Momento de reflexão para o início do percurso sinodal. 09 out. 2021. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2021/october/documents/20211009-apertura-camminosinodale.html Acesso em 14 jan. 2023.

[12] Infiltrados: a trama para destruir a Igreja a partir de dentro. Trad. de Jônatas Ramos de Castro. Campinas/SP: CEDET, 2020, pp.15-6.

[13] The Catholic Chrch mustt free itself from this ‘nightmare toxic’ [A Igreja Católica deve se livrar deste “pesadelo tóxico”). Disponível em: https://www.spectator.co.uk/article/the-catholic-church-must-free-itself-from-this-toxic-nightmare/ Acesso em 29 jan. 2023 (traduzido do inglês pelo tradutor Google).

[14] Sermão da Festa da Cátedra de Pedro. 18 jan. 2023. Disponível em: https://www.lifesitenews.com/opinion/abp-vigano-we-must-celebrate-the-papacy-despite-the-heretical-tyrant-on-the-throne-of-st-peter/ Acesso em 29 jan. 2023 (tradução do inglês pelo tradutor Google).

Caramuru Afonso

Evangelista da Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Ministério do Belém - sede - São Paulo/SP, onde é o responsável pelo Estudo dos Professores e Amigos da Escola Bíblica Dominical e professor de EBD. Doutor em Direito Civil e Bacharel em Filosofia pela USP. Juiz de Direito em São Paulo