Reportagens

Existe vida depois do Coronavírus

Testemunhos de quem contraiu e superou a doença

Até 25 de agosto, chegamos a números impressionantes do coronavírus no Brasil. São mais de 3,6 milhões de infectados e 116.580 mortos;

Mas existe um número alentador nessa pandemia: são os recuperados da doença. Um número que ultrapassa 2 milhões que sobreviveram a Covid-19. Abaixo, você vai conhecer histórias de assembleianos que foram infectados, passaram por momentos difíceis, outros nem tanto, visto que a doença se manifesta de forma diferente dependendo do organismo, mas que sobreviveram para contar história, e podem dizer em alta voz: eu venci o coronavírus!

O irmão Manoel de Araújo, da AD São Miguel Paulista – Setor 02, 72 anos, começou a ter febre e dor de cabeça no dia 09 de abril. Achou que não era nada. Na mesma época seu filho, Luciano de Araújo, começou a ter os mesmos sintomas. O irmão Manoel sentiu muito cansaço e falta de ar, por isso foi ao hospital, a Santa Casa, e lá ficou internado. Com a piora de seu quadro, ele foi transferido para o Hospital das Clínicas onde foi intubado ficando vinte dias internado. Alguns não tiveram casos tão graves. O pastor Márcio Tavares, dirigente da congregação Vila Nova do setor 09, Itaquera, foi um deles; com 42 anos, teve a Covid-19 confirmada ainda em março, com algumas complicações. Adquiriu pneumonia, ficou no hospital em observação no oxigênio, mas como a sua saturação tinha estabilizado, foi liberado no mesmo dia. Sentiu tosse seca, cansaço, dor de garganta, diarreia, dor de cabeça, perda de paladar e de olfato, além de dificuldade de respirar e falta de ar. Sua mãe sofreu os mesmos sintomas, ficando internada por três dias. Ambos estão totalmente recuperados da Covid-19. De igual modo, a doença também chegou à casa da irmã Iraci, 60 anos, da congregação de Vila Galvão, do setor 19 – Guarulhos. Primeiro foi o esposo, o presbítero Adélcio, 78, que sofreu febre e perda de paladar e olfato. Depois foi o filho, Guilherme, 18, com os mesmos sintomas e tosse, mas rapidamente melhorou. Depois foi a vez da irmã Iraci, que ficou mal, foi ao posto fazer a testagem, que ainda não saiu. “Continuei fazendo os afazeres domésticos, lavando roupa, varrendo a casa, a gente não pode parar. Fui melhorando aos poucos”, disse.

Outros tiveram complicações maiores. O irmão Mário Sérgio da AD em Cotia – Setor 12 foi um caso emblemático. Teve febre e pneumonia tratada com antibióticos por dez dias, tendo também falta de ar. No hospital, fizeram tomografia e foi constatado o comprometimento de 50% do pulmão. Foi internado e teve piora no 6º dia com baixa saturação (75%) sendo intubado e transferido ao HC. Seus batimentos chegaram a 23 BPM e os rins foram afetados. Após três dias o quadro começou a evoluir, com a oração da igreja. Ao todo foram oito dias intubado e 28 dias internado. O irmão Mário ainda ficou com sequelas nas cordas vocais devido a intubação. Sua esposa, irmã Marlene vê o milagre de Deus na vida dele, pois foi considerado o caso mais grave de Cotia. A esperança dos dois agora, é que o irmão Mário volte a louvar a Deus na igreja, como antes, que Deus irá completar a boa obra. Já o pastor Rael Firmo, da AD em Barueri, 85 anos, também sofreu no final de maio, com a doença. Sentiu muita falta de ar e foi ao Pronto-Socorro. Ficou internado durante 14 dias no oxigênio, mas não chegou a ser intubado. Seu caso ainda requer cuidados. “Continuo com tosse seca e falta de ar” – diz.

Outra vítima da Covid-19 foi o pastor Alexandre Pereira, da AD Osasco – Setor 05, com 41 anos teve os sintomas típicos da doença: dor de garganta, febre de 38,7⁰, perda de olfato e paladar, dor atrás dos olhos e dor no corpo. Sentiu também falta de ar, ficando difícil a locomoção, sentiu calafrios e perdeu 7 quilos em apenas uma semana. Após a segunda semana começou a sentir uma pequena melhora, fez uso de azitromicina e foi aos poucos, melhorando. “Essa doença é muito séria mesmo, não é brincadeira, você se sente de mãos atadas, pois não existe remédio ou vacina, os remédios que existem combatem apenas alguns sintomas. Às vezes ficava desanimado por não ver melhora imediata, mas venci, graças a Deus”.

A doença atinge a todos, independente da idade ou situação social, gênero ou localidade, fazendo estragos maiores ou menores dependendo do organismo infectado. No dia da alta do irmão Manoel, mencionado no início dessa matéria, ele teve a triste notícia de que seu filho não resistiu à doença, falecendo aos 42 anos. Ele era o responsável pelos encontros de casais do setor de São Miguel. “Temos que aceitar a vontade de Deus e continuar vivendo”, diz. Essa reportagem quer honrar a memória daqueles que se foram, e são muitos, mas também quer ser um bálsamo de esperança para aqueles que se encontram doentes ou preocupados em ter a doença, que mantenham sua confiança plena em Deus, sabendo que ele cuida de cada um, e isso é o que nos diferencia daqueles que não tem Deus na vida. Você vai sobreviver pra contar história. Esse é o nosso desejo.